O QUE É RPG?
- Glailson Santos
- 23 de abr. de 2017
- 3 min de leitura
O termo Role-playing games, ou RPG, livremente traduzido como "jogos narrativos" ou "jogo de interpretação de personagens", designa um tipo de jogo onde os participantes são convidados a interpretar papeis e criar narrações de forma colaborativa. Na atualidade o termo é bastante usado para designar uma vertente popular de jogos eletrônicos ou games, mas aqui nos ateremos à modalidade que deu origem ao termo, o chamado "RPG de mesa".

Os jogos de RPG surgiram como alternativa aos antigos jogos de tabuleiro e estratégia, mantiveram a característica de buscar reunir os amigos para um tarde de diversão em comum, mas somaram a isto o apelo humano ancestral por contar histórias e um incremento sem precedentes no caráter lúdico e interpretativo, ao convidar os participantes a, não apenas assistirem o desenrolar da história contada, mas, construí-la de forma vívida, dinâmica e colaborativa conforme ela se desenrola.
O termo Role-playing games, ou RPG, livremente traduzido como "jogos narrativos" ou "jogo de interpretação de personagens", designa um tipo de jogo onde os participantes são convidados a interpretar papeis e criar narrações de forma colaborativa. Na atualidade o termo é bastante usado para designar uma vertente popular de jogos eletrônicos ou games, mas aqui nos ateremos à modalidade que deu origem ao termo, o chamado "RPG de mesa".
O progresso do jogo se dá de acordo com um sistema de regras predeterminado e a partir de um cenário inicial proposto, dentro dos quais os jogadores podem improvisar livremente, suas escolhas e ações determinam a direção que a narrativa irá tomar. Os RPGs são tipicamente mais colaborativos e sociais do que competitivos. Um jogo típico une os seus participantes em um único time que se aventura como um grupo. Na maioria dos casos, um dos jogadores assume o papel de Narrador.
O narrador normalmente não possui um personagem próprio, mas controla todos os personagens não-jogadores da aventura. Enquanto o papel dos demais jogadores pode ser comparado ao de um ator, o narrador acumularia ainda o papel de diretor e roteirista, aquele que define o cenário, figurantes, ambiente e tudo mais. Por isso mesmo, o narrador costuma ser aquele que conhece as regras e o cenário mais profundamente, e apesar de buscar seguir as regras descritas em um sistema, ele pode quebrá-las, ignorá-las ou mudá-las em prol de uma fluidez no andamento da partida, baseando-se para isso no seu bom senso.
Considerado um "Hobby Nerd", em uma época muito anterior a utilização do termo "Nerd" para designar meramente um nicho de mercado voltado para o consumo em massa, o RPG sempre foi uma hobby alternativo com um público especifico, mas cativo. Um público em geral com acesso ou interesse por literatura, uma imaginação ativa e com anseio por mais liberdade de ação do que pode oferecer qualquer Game Digital.
O RPG faz parte de uma gama de jogos "off-line" que comprovadamente auxiliam no desenvolvimento de aspectos como: socialização, criatividade, cooperação e resolução de problemas. Benefícios amplamente reconhecidos por pesquisas acadêmicas como as que você pode conferir no portal do grupo de pesquisa sobre jogos de RPG da Universidade Federal do Pará (link: http://www.pesquisarpg.ufpa.br/).
Infelizmente, os potenciais benefícios proporcionados pelo jogo em relação ao desenvolvimento da socialização, da imaginação, do conhecimento e da tolerância em relação a diferentes povos, culturas e períodos históricos, sempre esteve parcialmente ofuscado pelo estigma que insistem em acompanhar os entusiastas do jogo, muitas vezes tachados como esquisitos, anti-sociais ou simplesmente malucos ou psicologicamente instáveis, ou seja, com todo a carga simbólica negativa que um dia acompanhou o termo “nerd” antes desse termo estar em moda.
Mas o fato é que o jogo, por incentivar ativamente a imaginação dos participantes a alçarem voo desbravando novos e fantásticos cenários, invariavelmente inspirados em algumas das melhores produções da ficção literária ou cinematográfica, seja futurista, contemporânea, mitológica, histórica ou uma inclassificável amalgama dos estilos antes citados, apresenta-se sempre com elementos de fuga e questionamento da realidade a nossa volta, ora primando por um, ora por outro desses elementos.
Desde sua origem os jogos de RPG mantêm uma estreita relação com a literatura e os universos ficcionais que ela alimenta. Como romances ou filmes, RPGs costumam ser categorizados por estilos como fantasia, cyberpunk, horror, etc., sem, no entanto, limitar o comportamento do jogador a um enredo específico. As regras básicas e descrições de cenários de jogo costumam ser descritas em livros próprios onde não é incomum a sugestão de referências literárias e cinematográficas para inspirar narradores e demais jogadores no desenvolvimento de suas próprias histórias.
Jogar RPG, como toda a forma de entretenimento baseado em ficção, além de oferecer uma diversão criativa e sem compromisso para uma tarde com os amigos, pode também oferecer uma oportunidade de questionar a realidade que nos cerca e nós mesmos, através de alegorias e simbolismo, para, quem sabe, até mesmo buscar mudar aquilo que não apreciamos no mundo a nossa volta.
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